domingo, 25 de abril de 2010

Pequenas alegrias urbanas (58) -- O começo

Na décima ou décima primeira vez em que a garota jurou, fungando, que faria tudo por ele, abandonaria o marido, a família, a carreira, tudo, ele suspirou irritado pela décima ou décima primeira vez e lhe disse que, em vez de morrer, seria bem melhor se ela vivesse por ele. A garota passou um lenço nos olhos, sufocou os soluços e, com um quase sorriso, concordou: viveria por ele. Ele, então, perguntou se ela estava disposta a começar naquele momento mesmo. Ela respondeu que sim, que estava muito disposta e, mais do que isso, ansiosa. Aí ele disse: "Então me traz o cigarro, vai."

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