sexta-feira, 16 de julho de 2010

Lírica (155) - Covardia

Sentiu-se tão fraco, tão covarde diante da mulher que o examinava com olhos de luxúria, que no cérebro não se formaram imagens voluptuosas, nem itinerários de língua e boca, nem entrelaçamentos corporais, mas só uma lembrança muito antiga e triste na qual ele, menino, ardia de febre pela excitação e pela antecipada culpa de furtar na escola o lápis de uma menina tola.

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