sexta-feira, 16 de julho de 2010

Lírica (158) - Lobo

Quando ela tirou os sapatos, e em seguida as meias, com movimentos lentos, e depois, com os olhos sonolentos, tirou dos cabelos os ornamentos, e abriu a blusa, e escaparam os seios opulentos, não pensava em nada, a não ser talvez em se embrenhar em sonhos neblinosos, nevoentos, mas havia no homem que a observava um sentimento de posse, um tormento, um momento de lobo que espreita, uma aflição, um estremecimento.

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