terça-feira, 27 de julho de 2010

Lírica (269) - Linhas

No primeiro encontro, pegou a mão da mulher e disse que ia fazer a leitura dela. Sentiu, talvez mais pelo calor que ela lhe transmitia do que pelas suas linhas, que o afeto entre os dois prosperaria. Disse isso a ela e teve a ventura de ver recebidas com um sorriso suas palavras. Correu o tempo e o prognóstico se confirmou: o afeto entre os dois cresceu e transformou-se em amor. Tempos depois, quando, alertado por um mau pressentimento, ele lhe tomou novamente as mãos, sentiu frieza nelas. Procurando-lhe os olhos, frios também, viu, nas rugas da testa da amada, que infelizmente continuava sabendo ler os desígnios do destino.

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