quarta-feira, 28 de julho de 2010

Lírica (283) - Vampiro

Chorou pelas rosas mortas, pelo amor malogrado, pelas juras não cumpridas. Chorou pelas esperanças desfeitas. Escondeu-se no canto mais escuro e afastado de sua alma. Não comeu, não bebeu, não dormiu. Esperou a morte, mas nisso também foi frustrado. Então um espírito maligno, ou talvez um tardio realismo, foi procurá-lo na sua solidão e, depois disso, ele foi outro. Não poupou as rosas mortas, o amor malogrado, as juras não cumpridas, as esperanças desfeitas. Bebeu-lhes o sangue e renasceu para a vida.

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