sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Lírica (353) - Abençoado

Soube que tinha sido abençoado pelo amor quando passou a não dormir mais, a pronunciar determinado nome com febre, como se fossem as primeiras sílabas de um sortilégio que só ele conhecia ou a designação de um culto secreto, e a chorar por qualquer motivo e por motivo nenhum, e a aceitar como uma dádiva a aflição que às vezes lhe oprimia o peito como se ali estivessem sendo cultivadas flores tuberculosas.

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