segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Lírica (741) - Dissolução

Acordava de madrugada sentindo cheiro de rum, de gim, dos perfumados sovacos de mulheres e ouvindo ainda o som de boleros melifluamente revividos no seu sonho pelos músicos ébrios das noites de outrora. Sentava-se na cama, suspirava, lembrava-se de que fazia anos era outro homem, mas, quando voltava a fechar os olhos, ansiava de novo pela dissipação, pelos salões enfumaçados, pela embriaguez do fumo e do álcool, pelas gargalhadas demoníacas das rameiras.

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