domingo, 19 de dezembro de 2010

A cicatriz

Agora, só anda à noite, bem tarde, e mesmo assim muda de calçada ou vira o rosto rapidamente se vê alguém na rua. Anseia pelas sombras, afoga-se nas trevas e caminha horas, para cansar-se e poder dormir o dia inteiro, com a espessa cortina do quarto vedando o sol. O psicanalista, ao qual já não vai há um ano, lhe disse que a cicatriz funda que tem na alma não aparece no seu rosto, mas ele não acredita e jogou fora todos os espelhos da casa.

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