sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Vingança

Quando terminar
a estação das flores
e reunida com tuas amigas
de tuas vitórias de amor
lembrar-te fores

lembrarás decerto
de certo homem
de quem poderás dizer
que ao contrário de tantos
que subjugar-te quiseram
conseguiste submeter

Sorrirás
rirás dele
daquele tolinho
que acreditava no amor
como a mais bela crença
e a mais desejável das faculdades
e que mesmo hoje
por ti negado
e renegado
ainda no amor pensa
como a verdade das verdades

Tinha ele
uma caixa de primores
quando o conheceste
e mostrou-te lírios
e exibiu-te estrelas
e majestosos cisnes
e um bando de pássaros cantores
que com os violinos
rivalizavam
na gloriosa
celebração dos amores

Tu -
podes gabar-te -
tu murchaste as flores
as estrelas derrubaste
sufocaste os cisnes
e os pássaros e os violinos
calaste

Mas ele ainda
aquele incorrigível idiota
tudo celebra de novo
e todas as manhãs
abre a caixa
confiando no milagre
da ressurreição

Quando falares dele
de sua caixa
e de seus mortos primores
suas amigas rirão
e esse riso
que só as mulheres vingadas
sabem rir -
podes orgulhar-te -
será tua consagração

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