segunda-feira, 4 de abril de 2011

Lápis

A mão dela pegou o lápis e começou a desenhar no guardanapo de papel. Ele sentiu que toda a história do homem, suas guerras, seus impérios erguidos e destroçados, suas conquistas e seus fracassos não valiam nada diante daquilo, e calou os gritos dos heroicos guerreiros gregos, romanos, cartagineses, o clangor das armaduras, o retinir das espadas e o aterrador troar dos canhões, para ouvir o quase inaudível som do lápis no papel, sabendo que a vida estava ali, naquela mesa de restaurante, apesar do bulício com que o verão se alardeava lá fora, com sua berrante roupa de palhaço.

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