quinta-feira, 21 de julho de 2011

Arre, flores

Chegando à esquina, ela ainda acenou e, para que ele não suspeitasse que era a última vez, sorriu. E, para que ele não pensasse que era o último sorriso, sorriu de novo, e outra vez acenou. Depois esperou que ele se afastasse - não fosse ele querer segui-la para continuar lhe falando de poemas e de flores. Estava ansiosa por frutos, frutos duros, maduros, e sua boca, só de imaginá-los, palpitava inquieta, enquanto subitamente se apossava de todo o seu corpo um calor que a tarde fria não justificava. E seu coração batia forte como nunca: frutos, frutos, acompanhando agora a pressa dos seus passos.

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