terça-feira, 22 de novembro de 2011

Tardio

Fruto tardio
quem me dera
tivesses vindo
quando eu ainda
podia ver em ti
a cor da alegria
e apalpar
tua polpa macia
quando eu tinha
ainda dentes
e as tuas sementes
podia com minhas mãos
à terra lançar

Fruto tardio
quem me dera
tivesses vindo
quando eu ainda podia
olhar-te e ver-te
olhar-te e ver-te apenas
sem a perda lastimar
de não poder morder-te
de não poder provar-te
de não poder ter-te

Quem te dera
ah quem te dera
fruto tardio
não tivesses frutificado
estivesses ainda florindo
pelo sereno banhado
e perolado pelo rocio.

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