sexta-feira, 2 de março de 2012

O livro

Ele comprou um livro hoje no sebo, não sabe por quê. O tema não lhe diz muito, o autor não lhe diz nada. Enfiou-o na mochila e, no caminho habitual para casa, no metrô, não o abriu. Estava com os olhos cansados. Se abrisse, descobriria por que o comprou. Ou será um simples acaso estar o nome dela na página de rosto, escrito pela letra miúda mas firme? Não sabe por onde ela anda, em que hotel do mundo ela pode estar preenchendo agora a ficha de hospedagem. Nem pensa nisso, ao menos no momento. Por isso, não sofre. Será melhor que não abra o livro quando chegar em casa. Será melhor que o coloque na estante, em algum vão, e que se esqueça dele, assim como tenta esquecer que há no mundo cidades chamadas Havana, Tóquio, Nova York, Amsterdã, Mumbai.

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