sábado, 30 de junho de 2012

O amor é

O amor é um fim em si mesmo. Amar, já dizia Mário de Andrade, é um verbo intransitivo. A perfeição do amor, sua plenitude, é bastar-se, é não transcender. O amor jamais será. O amor é ou foi. O amor não tem futuro. Quando o amor se perfaz, ele está completo e não poderá ser transformado nunca, nem para melhor nem para pior. O amor é uma ideia que não tende ao vir a ser, mas à memória. O amor não são gentilezas, não são mesuras, não são jantares, não são horóscopos que se harmonizam, não são encontros sociais ou sexuais. Invocar seu nome para justificar essas ninharias, essas quinquilharias, essas deploráveis trocas de gentilezas, de corpos e de suores é algo que pertence ao repertório das canalhices, das patifarias e das indignidades.

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