sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Bom dia

Se eu empilhasse todos os bons-dias que te dei, seria algo bonito de se apreciar. Mil folhas, três anos de bons-dias, um milhar de sóis, de rotações planetárias, de manhãs, de janelas abertas para a vida e para a efusão do afeto. Estão todas em pastas, datadas, catalogadas, guardadas com esmero, como joias que são. Todas são aparentemente iguais, mas só aparentemente. Cada uma tem algo que a diferencia de todas, assim como são distintas as folhas de uma árvore. Não sei quanto de uma árvore terá morrido para que elas chegassem à minha impressora. Mas elas, as folhas, sei que estão vivas e, se eu as pusesse diante de ti, elas se alegrariam em aparecer de novo ao sol e em dizer-te, cada uma, bom dia, bom dia, bom dia mil vezes, como se sobre elas não tivessem pesado nem o tempo nem os infortúnios da vida.

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