segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Eu me afligia

Eu me afligia ao imaginar onde estavas, e o meu ciúme te espreitava em Tóquio, te localizava em Istambul, te descobria em Teerã, te seguia pelas ramblas de Barcelona e pelas ruas de Amsterdã. Meu coração te acompanhava nos teus check-ins e, confuso com os fusos, não sabendo se era dia ou noite, dia e noite se supliciava. Eu me afligia ao imaginar um comandante dizendo-te bem-vinda a bordo, um maître curvando-se para ti, um recepcionista de hotel sorrindo-te - e todos tão gentis, tão simpáticos, tão belos, ai de mim. Eu me afligia muito, eu me afligia atrozmente, eu me afligia tanto, tanto, porém não tanto nem tão atrozmente quanto agora.

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