quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Kama Sutra - CI

Agonicamente seguro pela mulher - que o arranha nas costas e com os tornozelos fincados nas suas coxas o impede de fazer qualquer movimento que não seja aquele no qual ela busca o prazer -, ele sabe que ela não o deixará escapar enquanto ela não gemer os cinco minutos de sempre, depois dos quais ela se afrouxa toda e, como se fosse alguém que tivesse recebido a mais especial das graças, murmura obrigada, obrigada, obrigada, até que o sono a imobiliza como se estivesse morta. Ele se esforça, se esfalfa, mas parece cada vez mais difícil atender a mulher, que continua porém a incitá-lo, agora com palavras que mexem com seu orgulho de jovem macho. São essas que, despertando seu ódio, lhe devolvem a força e o fazem redobrar as estocadas. Quando, além da mulher, a cama se põe a gemer, sacudida como um pequeno barco na tempestade, ele começa a gritar à mulher que nunca mais duvide dele - e assim, enlaçados como dois lutadores num ringue, ele e ela são vencidos por espasmos tão intensos que é como se o quarto tivesse sido atingido por um maremoto.

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