quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Primeira noite em São Paulo

Quando o sol se foi, a cidade, bruxa alcoviteira de dentes podres e calcinha suja, lhe ofereceu garotas de vinte que pareciam ter cinquenta e mulheres de cinquenta que pareciam garotas. Em cada esquina, como uma bênção, os generosos edifícios puseram para fora os latões de lixo que na terceira noite ele, para não morrer de fome, começaria a disputar com os ratos e com homens que, não o reconhecendo ainda como semelhante, rosnavam para defender restos de pizza da promoção.

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