terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Richard Burton e Liz Taylor, por Rosa Montero

"Ela, uma mulher vitoriosa e esperta, tinha prazer em submeter-se a um homem inteligente e frágil; e ele, conhecedor de sua própria fragilidade, tinha prazer em submeter-se a uma mulher poderosa. Esta é uma velha fórmula de casal que sempre funcionou bem, e com eles funcionou especialmente. Por outro lado, os maus-tratos públicos e as bofetadas e insultos de Burton em seus momentos endemoniados eram compensados por uma adoração evidente, pela certeza de que ela era a mulher mais bonita do mundo e a melhor atriz, pela ternura delicadíssima dos bons momentos. Nas anotações do seu diário, Burton deixa comovente e abundante registro de seu amor por Liz. 'Não me importaria em morrer, mas o que vai ser de mim se ela morrer? Acho que me transformaria num pneu de ônibus e rodaria para sempre sobre peixinhos inocentes', escreveu quando estavam juntos havia oito anos."

(Do livro Paixões, traduzido por Maria Alzira Brum Lemos e Ari Roitman, publicado pela Ediouro.)

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