sábado, 23 de março de 2013

Boa noite...

... poderia ser esta, com a lembrança ainda fresca da tarde, o cheiro de café, a música das colherinhas sendo lavadas, uma frase tua que eu tivesse ouvido mal e me fizesse inclinar-me e ver-me de repente perto dos teus olhos e ter o receio (e a ansiedade) de ser tragado por eles e levado longe, longe, para um lugar não mapeado, um lugar onde não houvesse nada, a não ser o ruído das ondas sobre um rochedo e sobre meu corpo transformado num peixe miúdo, filhote, morto, livre enfim de todos os tormentos. Não houve tarde, não haverá lembrança.

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