domingo, 21 de abril de 2013

Talvez...

nos ouçam hoje. Há milagres, dizem, e o que esperamos talvez nem milagre seja. Será muito querer que nos ouçam? Quantos patifes, quantos embusteiros não estão agora, na missa dominical, embromando Deus com seus embustes e suas patifarias? E nós? Quem nos ouvirá? Quem amaldiçoou assim nossa voz? Chegará o dia no qual alguém reconhecerá que é limpo o nosso verbo, embora inábil? Chegará o dia em que nos olhem nos olhos e vejam neles a única virtude que gostaríamos de ver reconhecida em nós? Somos honestos, dizemos, somos honestos, repetimos, e o vento ri de nós e vai espalhar pelo mundo a piada da nossa honestidade. Somos honestos, gritamos, somos honestos, honestos, honestos, e o mundo responde: "Idiotas, idiotas, idiotas!" Somos honestos e, no entanto, até as manhãs de domingo nos rejeitam. Somos honestos e no entanto, se falamos de amor, parece que falamos de um esgoto fluindo a céu aberto.

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