segunda-feira, 27 de maio de 2013

Um poema de Marina Tsvetáieva

"Dissolvi num copo um punhado
Para ti de cabelo queimado.
Para que não comas, não bebas,
Não cantes, não durmas.

Para que a juventude não te seja ardor,
Para que o açúcar perca seu dulçor,
Para que nas noites de amor
Da jovem esposa não sintas o calor.

Como meus cabelos de ouro
Se tornaram cinza opaca,
Assim teus anos de jovem
Se tornem inverno de prata.

Para que cegues - sintas dor,
Para que seques - feito uma flor,
Para que saias - feito um estertor."

(Do livro Indícios flutuantes, traduzido por Aurora F. Bernardoni e publicado pela Martins Fontes.)

Nenhum comentário:

Postar um comentário