quarta-feira, 19 de junho de 2013

Abri a janela...

... e fiquei atento aos bem-te-vis. Seu canto me pareceu o mesmo. Cantaram como sempre o amor, com o mesmo ímpeto. Se eu tivesse ainda alguma dúvida, estaria dissipada. Imaginei que talvez hoje eles pudessem fazer soar alguma nota cívica, mas parece ocorrer com eles o que ocorre comigo: uma total inaptidão a tudo que não se refira ao lirismo e ao amor. Se dependesse de mim e dos bem-te-vis, o mundo ainda não teria começado a se mover. A ideologia dos bem-te-vis, e a minha, é serena, com tendências a súbitos impulsos e arroubos apaixonados, seguidos de longas apatias.

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