quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Mais um trecho de Violette Leduc

"Isabel beijava-me toda. Enchia-me de condecorações, e eu sucumbia a tantas medalhas. A primavera de seu púbis confraternizava com a primavera do meu.
   - Não posso mais.
   - Não posso mais.
   Desfalecemos, enfraquecemos no velo púbico os sexos que lá se escondem. A cabeça de Isabel cai-me no ombro. Tenho um falcão no ombro, sou o Grande Falcoeiro.
   -- Basta - diz ela.
   - A noite passada disseste o mesmo.
   - Temos de nos separar. Vou sair primeiro."

(De Teresa e Isabel, tradução de Aníbal Fernandes, publicado pela Relógio D'Água Editores, Lisboa.)

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