sábado, 28 de setembro de 2013

Os sábados

Os sábados não são mais tristes do que qualquer outro dia. Este, hoje, por exemplo, poderia ser uma segunda ou uma terça. Seus punhais não são mais aguçados que os de uma quarta ou uma quinta. Ferem como ferem os da sexta ou os do domingo. Para quem traz a tristeza na alma, não há esperança no calendário. Quem dera pudéssemos, como antes, marcar com um lápis de um vermelho bem forte algum dia da semana que vem do qual esperássemos uma grande ventura ou o consolo de um ombro? Os filósofos ainda se empenham em descobrir aquilo que chamam de Destino do Homem. Eu gostaria que eles resolvessem um problema corriqueiro: o que deve fazer um homem com "h" minúsculo num sábado, quando a tristeza só lhe cochicha pensamentos ruins?

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