segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Um poema de Eugenio Montale

"Talvez uma manhã andando num ar de vidro,
voltando-me, verei cumprir-se o milagre:
o nada às minhas costas, detrás de mim
o vazio, com um terror de bêbedo.

Depois como numa tela, acamparão de um jato
árvores casas colinas para a ilusão costumeira.
Mas será tarde já; e eu partirei calado
entre os homens que não se voltam, com o meu segredo."

(De Poesias, tradução de Geraldo Holanda Cavalcanti, publicado pela Record.)

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