terça-feira, 24 de setembro de 2013

Um trecho de Dacia Maraini

"12 de fevereiro
Casamo-nos. O pai de Giulio escreveu da Sicília amaldiçoando-nos. E nós nos lixamos! Pois quem trabalha sou eu . E ele vive comigo, na minha casa. O que pode fazer aquele velho cretino? Giulio tem uma pele lisa que parece porcelana.

18 de fevereiro

Para não perder a mesada do pai, Giulio continua a lhe escrever dizendo que está estudando e prestando exames. O pai responde com longas cartas que ele joga na cesta do lixo. O importante é apoderar-se do cheque.

8 de março

Quase um mês que nos casamos. Giulio não parece satisfeito. Ficou nervoso, preguiçoso. Quase não abre mais a boca. Amor: pouco."

(Do conto "Diário conjugal", extraído do livro Meu marido, tradução de Francesca Cavalli, publicado pela Berlendis & Vertecchia Editores.)

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