sábado, 21 de dezembro de 2013

Estamos

Estamos com os dois pés no passado. Pedimos socorro. Quem nos reteve aqui? Quando nos socorrem, nós nos debatemos. Queremos ficar. E, se nos afastam, um metro que seja, imploramos por compaixão, e voltamos ao exato lugar do nosso martírio: de que nos adianta escapar com o corpo, se nossa alma se obstina em ficar ali? Somos um vampiro, e o amor nos trespassou o peito com um punhal de prata e nos deixou plantados na terra. Somos uma flor, um marco, um exemplo. Venham nos ver, venham. Desculpem a baba em nossos lábios: é o sangue das palavras que pretendiam amaldiçoar o amor. Nunca as deixamos sair, nunca as deixaremos.

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