sábado, 25 de janeiro de 2014

Soneto do esquecimento (versão final)

Talvez não lembres mais, eu não esqueço,
Aquela madrugada longe e fria
Em que pagaste nua o amargo preço
De tua ingênua e pobre fantasia.

Talvez não lembres mais, nem eu mereço,
Mas penetrara o quarto a luz do dia
Quando caiu teu último adereço
E se desfez a tua teimosia.

Talvez não lembres mais que nesse quarto
As reservas antigas olvidaste
E o teu amor me deste pleno e farto.

Talvez nem lembres que te prometi
A constância que então me suplicaste,
Talvez nem lembres mais que me esqueci.

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