sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Tanka (*) (**)

Na areia inconstante,
Com fito vão de infinito
E traço hesitante,
Semeou meu dedo teu nome,
Que a fome do mar levou.

(*) Sempre julguei, nos quatro ou cinco anos deste blog, ser óbvio que os textos aqui publicados, quando não tiverem o nome do autor, são de minha autoria. Como, porém, nos últimos dias tenho tido a identidade sob suspeita, precisando provar a todo instante que não sou um robô, declaro isso expressamente.
(**) Como me doeria ver aquele asterisco sozinho, inseri estes dois para explicar, a quem não saiba, que esta forma de tanka, aportuguesada, é, nos três versos, iniciais, como um haicai: o primeiro verso rima com o terceiro (no caso, "inconstante" com "hesitante"). Ambos têm cinco sílabas poéticas. O segundo verso, de sete sílabas, poéticas, tem uma rima interna. No caso desta tanka, "fito" rima com "infinito". O quarto e o quinto versos, de sete sílabas poéticas, rimam da seguinte forma: a segunda sílaba do quarto com a sétima do quinto (no caso, "semeou" com "levou") e a sétima sílaba do quarto com a segunda do quinto ("nome" com "fome").

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