terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Soneto dos fracassos de amor (versão final)

Os fracassos de amor são tão frequentes
Que pode até chamar-se disparate
O modo com que às vezes algum vate
Se queixa disso em versos tão veementes.

Tantos milhões por dia o amor põe doentes
Que não existe guerra, nem combate,
Que o vença nisso ou que sequer empate,
Nem a soma mundial dos acidentes.

O amor é uma moléstia bem banal
Que a todos trata sempre por igual:
O muito rico, o pobre, o remediado.

Não vale todo o escândalo dos poetas
Que o choram em canções tolas e ineptas,
Como se fosse um rei decapitado.

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