segunda-feira, 28 de abril de 2014

Soneto de como tratamos o amor naquele inverno

Nós nos lembramos ainda do momento
Em que ouvindo os conselhos da razão
Desdenhamos a voz do coração
E declaramos nulo o sentimento.

Livres do amor e do seu sofrimento,
Dos cansativos lances da paixão,
Nós dois já não pensávamos senão
No ócio, na paz e no recolhimento.

Fechamo-nos em casa. O amor eterno
Ao relento ficou naquele inverno,
Gritando o nosso nome e unhando a porta.

No dia em que afinal a porta abrimos,
Horrorizados sua imagem vimos,
Irremediavelmente fria e morta.

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