sábado, 31 de maio de 2014

Convite do mar

À noite, o mar nos recebe melhor. Somos só nós e ele. As ondas dormem e nenhuma gaivota arranha o céu com seu grito. Vamos entrando, devagar. Por alguns instantes ainda temos noção de onde ficou a praia. Depois, tudo é escuridão. Mas um instinto nos indica o rumo, para adiante, para dentro. Reconhecemos a voz que havia muito tempo nos chamava. Somos puxados carinhosamente e vamos. Não sabemos quantos passos nos faltam. Sejam poucos ou muitos, chegaremos. À noite não há salva-vidas na praia.

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