domingo, 18 de maio de 2014

"Espátula", de Eugenio Montale

"Tu crês que o pessimismo
tenha realmente existido? Se olho
em volta, dele não encontro vestígio.
Dentro de nós, ademais, nem uma voz
que se queixe. Se choro é o contraponto
para enriquecer o grande
país de cocanha que é o amanhã.
Já bem raspamos com a espátula
cada erupção do pensamento. Agora
todas as cores exaltam nossa palheta,
salvo o negro."

(De Poesias de Eugenio Montale, tradução de Geraldo Holanda Cavalcanti, publicação da Record.)

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