sexta-feira, 23 de maio de 2014

No cinema

Devagar, ele avança. Primeiro os dedos, o tato, o contato com o ombro nu. Conquistada essa posição, encosta a coxa na coxa da mulher, vencendo finalmente o último milímetro. Sua mão esquerda, despeitada pelo sucesso da outra, inquieta-se, pede, quer. O homem não sabe ainda o que fará com ela quando as luzes do cinema se apagarem: se irá fazê-la aventurar-se também pelo corpo da mulher ou se a deixará ficar no meio das próprias coxas, onde - sob o pretexto de companhar o ritmo da música ambiente - ela começou a dedilhar, dedilhar.

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