quinta-feira, 29 de maio de 2014

Um poema de Emily Dickinson

"Muralhas não me impediriam,
Se fosse rocha o universo
E eu ouvisse sua voz de prata
A chamar do outro lado da pedra.

Cavaria até que meu túnel
Ao seu de repente chegasse,
Teria então minha recompensa -
Deter-me no seu olhar.

Mas existe um quase nada,
Um filamento, uma lei,
Teia em diamante urdida,
Ou palha trançada em ameia.

É um limite igual ao véu
Por sobre o rosto da dama -
Mas cada dobra é um fortim
Com dragões por entre a renda"

(De Poemas escolhidos, tradução de Ivo Bender, publicação da L&PM.)

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