quinta-feira, 24 de julho de 2014

Soneto de como pode iludir a voz do amor

Ouvi o amor, e a voz era
Tão bela e tão convincente,
Tão límpida, tão ardente,
Que para mim soou sincera.

Não era, mas parecia,
E tão doce me embalava
Que eu, ingênuo, acreditava
Que mais pura não havia.

Enganando-me, me deu
Tamanha alegria, que eu
Simulo desconhecer

(Por minha felicidade)
Toda a sua falsidade,
E na voz finjo ainda crer.

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