quinta-feira, 28 de agosto de 2014

"Na fumaça", de Eugenio Montale

"Quantas vezes te esperei na estação
no frio, na neblina. Andava de um lado para outro
com minha tossezinha, comprando jornais inomináveis,
fumando Giuba depois suprimido pelo ministro
dos tabacos, o idiota!
Quem sabe um trem errado, um desdobrado ou talvez
suprimido. Examinava os carrinhos
dos carregadores para ver se por acaso não levavam dentro
tua bagagem, e tu seguindo, atrasada.
Por fim aparecias, a última. É apenas uma lembrança
entre tantas outras. No sonho me persegue."

(Do livro Poesias de Eugenio Montale, tradução de Geraldo Holanda Cavalcanti, publicação da Record.)

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