sábado, 27 de setembro de 2014

Soneto da podridão

Posso escrever versos belos,
Desses que tratam de flores,
Que cantam puros amores
E refulgentes castelos.

Posso, como outro qualquer,
Exaltar a natureza
E proclamar a beleza
Do homem casto e da mulher.

Fiz isso outrora, e me amavam
E louvavam meu engenho
E de poeta me chamavam.

Agora o que eu cantaria?
Vontade nenhuma tenho
De louvar a putaria.

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