sexta-feira, 31 de outubro de 2014

No asilo

O velho Aníbal observa os estertores da mosca na sopa. Em cada olho uma lágrima. Ele se levanta, com cara de asco: justo hoje, que é canja. Afasta-se. Quando ele já está no corredor para o dormitório, eu o ouço dizer duas vezes, com voz de choro, como um filho recriminando o pai: Deus! Deus!

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