quarta-feira, 5 de novembro de 2014

"Deixando-se levar", de Yu Xuanji

"Nenhum laço me prende; sempre livre,
vou sem destino, leve entra as paragens
Nuvens se abrem entre lua e rio,
amarras frouxas, barco em pleno mar
No Templo Liang, tanger o alaúde,
no pavilhão recita-se o poema
Ter por abrigo as grutas de bambus
e nas veredas, pedras companheiras
Preciosos são o pardal, a andorinha
São ar a prata e o ouro, seus castelos
A primavera oferta verde o vinho,
à noite a lua aquieta-se à janela
O passo estanca à fonte transparente
e em seu espelho, à imagem, deixo o grampo
Na cama, ébria, os livros me rodeiam
Cabelo aliso ao pente, enfim levanto-me."

(De Poesia completa de Yu Xuanji, tradução de Ricardo Primo Portugal  e Tan Xiao, publicado pela Editora Unesp.)

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