sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Soneto da virgem lamentosa

Nem eu me tolero mais.
Pareço uma rapariga
De uma época bem antiga
Clamando ao céu com meus ais.

Recriminam-me os meus pais,
Dá-me conselho uma amiga,
Porém não há quem consiga
Ditar-me rumos normais.

Só choro e ameaço matar-me
Se não vier logo buscar-me
Meu noivo muito adorado.

E enquanto o retorno espero
Em sonetos eu me esmero
Como este, destrambelhado.

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