sábado, 28 de fevereiro de 2015

Soneto daquela que para nós é mais que uma mulher

Olhar-te me bastaria,
Ó santa do meu altar.
Nem se viesses a implorar,
Nem assim te tocaria.

Como, me diz, poderia
Eu o teu corpo tocar?
Toca-se por acaso o ar?
Toca-se a alma da poesia?

Não, minha santa, eu jamais
Sequer pensei em tratar-te
Como às mulheres normais.

A uma mulher corriqueira
Ninguém entrega sua arte,
Sua alma, sua vida inteira.


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