domingo, 8 de fevereiro de 2015

Soneto do amor e do ódio (versão final)

Quando ao amor tu te entregas,
Eu noto, com decepção,
Que sentes menor paixão
Do que quando o amor me negas.

E quando dizes odiar-me
É bem maior teu fervor
Do que esse débil calor
Com que tu juras amar-me.

Nesse contraste é que eu vivo
E sofro, como cativo,
Essa infindável tortura,

Sem saber se é mal ou bem
Tu me amares com desdém
E me odiares com ternura.

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