sexta-feira, 10 de abril de 2015

Soneto da paz em que morreremos (versão final)

Nós morreremos em casa,
Não sob o calor da chama
Que queima sempre quem ama
E deixa-lhe o peito em brasa.

Nós morreremos dormindo
Com tanta normalidade,
Tão sem dramaticidade,
Que morreremos sorrindo.

Bem melhor nós morreríamos
No tempo em que nós morríamos
Por um abraço, um sorriso,

E em que, para um só ganhar,
Nos agradaria dar
Nossa vida, se preciso.

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