segunda-feira, 27 de abril de 2015

Soneto da voz que a deixava de cama

Ah, como ela se incendiava
Naquele tempo em que o amor
No telefone a chamava
Com sua voz de tenor.

Ah, quase ela desmaiava
Ouvindo o doce clamor
Que febril sempre a deixava
E em estado de estupor.

Ela ainda ama essa voz, ama,
E se toca o celular
Se apressa, para a escutar.

Mas hoje, quando ela a chama,
Com seus pigarrinhos de asma,
É a voz de um tenor fantasma.

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