sexta-feira, 22 de maio de 2015

Boca

De três em três meses, sempre no dia 1º, ela me manda um envelope. Dentro, um delicado papel sem nenhuma palavra, só sua boca impressa em batom escarlate. Procuro conter o impulso dos meus lábios, mas às vezes, faltando ainda alguns dias para a chagada do envelope, já quase não se distingue sua boca, e o papel tem um sabor triste.

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