sexta-feira, 15 de maio de 2015

Soneto das duas estações

Em meu tempo mais dourado
Me chamou a primavera,
Mas eu, quase com enfado,
Só lhe respondi: espera.

O tempo era ilimitado
E o mundo nada mais era
Que um lugarejo, um condado
Submetido à minha esfera.

Enquanto eu rei me julgava
E meu reinado gozava,
A primavera passou.

O inverno me chama agora
E eu peço: não vá embora,
Me espere, porque eu já vou.

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