quinta-feira, 25 de junho de 2015

"Gotterdämmerung", de Eugenio Montale

"Lê-se que o crepúsculo dos Deuses
está por começar. É um erro.
Os inícios são sempre irreconhecíveis,
quando se constata alguma coisa é porque ela já
está cravada com um alfinete.
O crepúsculo nasceu quando o homem
pensou ser mais digno do que um grilo ou uma toupeira.
O inferno que se repete é apenas o ensaio
de uma "estreia mundial" continuamente diferida
porque o diretor está ocupado, ou doente, ou sumido
quem sabe onde e ninguém pode substituí-lo."

(De Poesias, tradução de Geraldo Holanda Cavalcanti, publicação da Record.)

Nenhum comentário:

Postar um comentário