terça-feira, 22 de setembro de 2015

Soneto das perdas e dos danos

O amor, surgindo do nada,
Quis entrar em nossa vida
E nos deu casa, comida,
Cigarro e roupa lavada.

Pediu em troca somente
Sexo à noite, de manhã,
Sexo ontem, hoje, amanhã,
Sexo tresloucadamente.

Quando de nós se cansou,
Tudo que deu nos cortou:
O teto, as roupas, o pão.

Ainda hoje nos lamentamos.
Com tudo nos habituamos.
Com a falta de sexo, não.

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